We know that everything around us changes. 
We grew up seeing things appear and disappear. 
We know that sooner or later something more important in our lives will also abandon us. 
What we do not know is how much it will disturb us. 
What we do not know is how much we it will scar us. 
What we do not know is that, either consciously or unconsciously, we will try to rebuild our emotions. 
What we do not know is that one day we will rediscover the world we have lost. 
What we do not know is how much it will hurt us to revisit the memories and assume that what has changed will not come back again. 
Places turn cold and empty. 
They remain, but in silence. They remain, but without emotion. 
At one point, even memories change. 
At one point, even memories fade. 
That's when photography breathes. 
And it is all we have left. 


Sabemos naturalmente que tudo o que nos rodeia é mutável e efémero. 
Crescemos a ver coisas aparecerem e desaparecerem. 
Sabemos que mais cedo ou mais tarde algo mais importante na nossa vida também nos vai abandonar. 
O que não sabemos é o quanto nos vai perturbar. 
O que não sabemos é o quanto nos vai marcar. 
O que não sabemos é que vamos, consciente ou inconscientemente, tentar recompor as nossas emoções. 
O que não sabemos é que um dia vamos redescobrir o mundo que perdemos. 
O que não sabemos é o quanto nos vai doer revisitar as memórias e assumir que o que mudou não volta a ser. 
Os lugares despem-se de sentido, ficam frios e vazios. 
Permanecem, mas em silêncio. Permanecem, mas sem emoção. 
A certo ponto, até as memórias se transformam. 
A certo ponto, até as memórias se desvanecem. 
É aí que a fotografia se assume. 
E é ela tudo o que nos resta
.
o que resta | 2010

Técnica: processo analógico com ampliação manual em papel de fibra a preto e branco
Dimensões: 24x30,5 cm

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